sábado, 5 de maio de 2012
amor em minúscula
-vivemos não apenas em um mundo de impostura, mas, além do mais, cheguei a conclusão que é impossível compartilhar qualquer experiência.
-o que o leva a pensar assim?
-vou explicar com um exemplo:imagine que vou fazer uma viagem da qual não voltarei e você vai à estação de trem para se despedir.Se depois nos comunicarmos por correio ou por telefone e rememorarmos aquela despedida será pura impostura.
-por quê?
-não estaremos falando da mesma coisa, embora alimentemos a ilusão de que seja assim. As nossas recordações serão diferentes, quando não totalmente opostas. Você se lembra de um homem que se afasta em um trem e acena com a mão na janela. Eu, pelo contrário, me lembro de um homem que estava imóvel na plataforma e ia ficando pequeno. É a única coisa que podemos compartilhar: a sensação de que o outro vai ficando pequeno. É uma coisa que ecoa nas nossas emoções. Quando você se distancia fisicamente de alguém, sua presença em seu inconsciente se reduz progressivamente. Talvez, nesse sentido, o que aconteça em um nível ótico seja uma mera preparação para o que acontecerá na mente.
últimas páginas de amor em minúscula, de francesc miralles. sem o que dizer.
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