segunda-feira, 27 de junho de 2011

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se hj eu não acredito tanto no amor, a culpa foi minha que nunca deixou ele viver direito.

terça-feira, 21 de junho de 2011

sobre o amor.

Amor é o que se aprende sem ciência. É experiência do beijo. De olhar os olhos de alguém no instante que acorda: sonolentos e cheios de aurora. O amor cheira a amaciante: roupas amassadas sobre a cama, bagunça no guarda-roupa, calcinhas pelo chão. Amor é o substantivo que só se verbaliza quando perde a primeira pessoa do singular. E não tem regência verbo-nominal. Perde a concordância. Objetos indiretos. Predicação duvidosa. Sujeito composto-oculto-indefinido. Amor é perder a gramática, pra ganhar a poesia.
E tem gente que acha que não. É uma agonia de tornar o amor coerente. Um poder de calar, quando o melhor é o berro. E assim ameniza o amor. Dopa. Até que morra, mofino e sem sentido. Amor é tudo que as pessoas querem, depois de pipoca e cinema norte-bobo-americano. E é tudo que não cabe no cotidiano medido: na feira do mês, na palavra exata, na resposta esperada, na sintonia perfeita, na frase de efeito, no livro de auto-ajuda, nos previsão do horóscopo, no blog. O amor é a possibilidade de delírio a partir das coisas mais banais. É enroscar os pés, sob os lençóis, no calor de uma quarta-feira. É água de coco comprada à beira-mar, apenas para refrescar a ressaca, ou a tensão, ou coisa nenhuma. É o gesto mais bobo e mais cheio de significado. É perder a desinência na pessoalidade do outro. E não achar que ta em prejuízo. Que amor não preço, tabela de mercado, coerência matemática. O amor só vale a pena quando a gente quer abrir mão de alguma coisa. Seja de um adjetivo, de uma pegação, de uma lógica, de um verbo, de um medo, de um nada, de tudo, talvez. Amor acontece quando a gente se distrai. E depois olha a pessoa e acha o mundo estranho sem ela. Acho que o amor é a coisa mais equivocada e mais linda. Por isso é humano. Amor de plástico, com embalagem pop de dia perfeito dos namorados eu não quero. Quero amor feinho (adélia prado, perdoe o plágio, é só devoção a seu verso). Não quero ninguém igual a mim, que me dê todas as respostas. Não quero amor engomado. Proto e acabado; fast food; ao consumo imediato. Quero o amor que conflita. Que olha nos olhos da diferença. Ajusta o advérbio, para caber no modo no outro. Não pelo gosto do encaixe, mas pelo desejo de estar ao lado. Acho que o amor acontece quando a gente arquiva o método perfeito; o conceito acabado; a metodologia definida. Mesmo que precise doer. Mesmo que precise chorar. O amor é cutucar as gavetas e encontrar as peças íntimas do outro. Porque as coisas mais triviais do cotidiano estão emaranhadas: nos cômodos, nas veias, nas cartas, nos suspiros. O amor acontece quando a gente não se encontra nos nossos gestos mais sabidos. Porque bagunçou os acenos, as verdades, o eu. Porque não é mais sozinho. E se confunde com o outro. São as bobagens mais deleitáveis. Mesmo que tudo desarrume depois, ou não. Mesmo que não encaixe. Amor perde o endereço.O amor não mede. Não tem tempo. Só intensidade. Amor é atemporal. Melhor: amor é temporal. E eu, menina enxaguada, choro baixinho. O amor que poderia ter sido, e não foi, e não é, e talvez seja. E eu descubra mais tarde, quando desarquivar a ciência. E for tarde demais para o amor.

http://afloreanausea.blig.ig.com.br/

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quinta-feira, 2 de junho de 2011

alguma coisa ainda não se encaixa
e parece que tá longe.
é, vc tb tá longe, mesmo quando perto de mim.
as vezes dá liga, as vezes não.
as vezes tá conectado, outras não.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

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coração vazio é uma merda, só serve pra gente escrever, ficar mais sensível. qd vc vê que não daria certo mesmo(e afinal, o que é dar certo? é ficar junto pra sempre mesmo? 'só isso'?) por enquanto acho que sim. pq é o que eu quero. quero coração quieto, calmo. quero olhar no olho e poder ler sem legenda. quero não temer o amanhã, quero não pensar que tudo acaba, uma barra de chocolate sim, a água no planeta, ok, mas um sentimento de verdade? até isso? quero acreditar no pra sempre. eu no fundo ainda sei que ele existe e pode bater na minha cara quando estiver dormindo: 'ei, acorda, menina desacreditada!'

agora é me esforçar pra não 'regostar' de ngm já dormindo aqui dentro.