sábado, 21 de março de 2009

chuva

a chuva lá fora batendo forte na janela do ônibus
lotado e tão sem ninguém ao mesmo tempo(é estranho esse fenômeno,
merece um post só dele)
e minha cabeça encostada no vidro, olhos abertos e viajantes
sem prestar atenção em nada, só naquelas luzes de faróis e sinais,
na praia vazia e sombriamente iluminada
ouvindo algumas das músicas proibidas (que são as mais gostosas)
que fazem lembrar do quanto vivi e de como foi bom
que lembra do que foi verdadeiro mas não volta (e por que não, hein?)
os olhos tristes percorrem as gotas e com o dedo desenho seu nome -complemento do meu- na janela. desci do ônibus e as gotas se atraiam por mim,
fortemente e geladas quase me despiram, se agarravam ao meu corpo e eu ja tremendo de frio, continuava andando calmamente, como sem destino -pois é assim que me sinto -
'keep walking' eu pensei...mas até quando sem destino certo
sem correr pros braços certos, que são os seus?
tristezinha bateu e um choro sereno e ao mesmo tempo angustiante veio descendo no rosto. (tem um tempo na vida, na semana ou no dia, que a gente já não sabe o que pensar ou fazer.' e agora o amanhã, cadê?)
dá vontade de chorar, cantando na rua sem saída
e eu me permito, afinal hoje é dia de chuva
e essa tristeza que brota é doída, mas linda também.