terça-feira, 8 de janeiro de 2008

A idéia do novo acaba de nascer, sempre com a chegada de um sol amarelo no horizonte.E na lembrança, fresco como sair do banho demorado, ficam as marcas, as cartas, palavras, perfumes, presentes, conversas, saídas, beijos, saudades, aflição, fotografias, ausências, distâncias de sempre e as intenções..que sempre são tão boas quando se está disposto a começar algo que deveria ser igualmente bom.O que não é nada disso, já disse, é percepção, confusão do que foi mal resolvido, fica guardado no subsolo, no inconsciente, na casinha do cachorro, na gaiola, debaixo do tapete juntando poeira, no fundo do mar que presenciou tanta coisa em tão pouco tempo..mas não pode presenciar o mais importante, que era o resto da história.Era pra ser como sal no arroz, café no leite, o trigo no bolo: inseparável, mistura homogênea, com sabor único, bem preparado, mas a vida nem o amor são uma mistura pronta de bolo, nem é pó de café, nem pipoca de microondas. Vai ver era pra ser e não foi- não vingou- não deu -deixa pra lá -tenta outra vez e boa sorte. A vida prepara a gente no fogo, na solda, queimando, moendo, roendo o osso, quebrando o vidro, tornando seco ,capinando pra depois fazer chover e crescer e transboradar, ar, ar..Eu preciso de ar, de espaço, de mordomia e prazer, preciso dessa distância coibida, dessa inocência corrompida, dessa paixão coagida, inibida, sofrida, banida, varrida pra debaixo do mesmo tapete onde foi parar a parcepção, a lembrança, o sofrer e o dane-se você. Foi roubar pirulito da mão de criança, fui roubada! é respirar lento ao acordar, é ler e-mail e responder no automático: é fácil, é ingênuo, é como eu agi, e você também em alguma época, fase, temporada, estação..no passar de mãos, no desentoar das notas cantadas e ouvidas, na sensação do eterno, que também passa, como quase tudo passa. É como quebrar asas de borboletas.Faltava coragem porque sobrava amor.

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